Pagando Dívidas

No andar desvairado desse tempo louco, pleno de incertezas, de presságios calamitosos e de visões apocalípticas, nada mais oportuno que lembrar alguns ensinamentos colhidos da experiência de líderes que souberam afrontar a borrasca e manter o rumo na direção de um desenvolvimento contínuo, sustentável e decisivo para manter viva a esperança de um futuro cada vez melhor.
Mergulhados na mídia-nossa-de-todos-os-dias – que, entre outros quefazeres, pugna por adiantar-se de seus pares para ser a primeira em divulgar as piores notícias, devidamente apimentadas para satisfazer desejos disfarçados de torcer pela desventura alheia – jogamos para o escanteio o bom senso e esquecemo-nos de analisar os fatos com uma visão isenta de preconceitos e de sinais políticos-partidários-ideológico-sectários. Em soma: somos empurrados para longe do objetivo final, que é o bem da Nação e de todos seus habitantes!


Isto posto, é preciso – melhor, é fundamental – acordar para a imperativa necessidade de uma transformação radical nas atitudes daquelas lideranças que devem abraçar causas maiores. E precisamos admitir que, não obstante de um cenário nacional repleto de sombras, nunca é tarde para tentar o melhor para toda a sociedade.

Entre outras, essa mudança poderá começar através dos partidos políticos e não apesar deles, como muitas vezes pessoas revoltadas, ainda que bem-intencionadas, expõem suas ansiedades e temores pregando o fim da democracia como antídoto para os males que, impiedosos, afligem à maioria dos aflitos moradores deste Plane Azul.

É mais que evidente que a política – e os políticos, seus expoentes máximos – têm uma culpa imensa no cartório que registra as deficiências quase ilimitadas da governança e do sistema institucional que lhe dá sustentação.

O preço que a sociedade – especialmente os mais pobres – paga por essa falha é incomensurável e, infelizmente, essa dívida continua crescendo!

Quando os partidos declinam na sua busca leviana pelo poder –e seus benefícios – esquecendo as elevadas premissas e ideais que lhes deram origem. Prestam um desserviço imperdoável à democracia e à governabilidade. Assim, é absolutamente fundamental um cambio nas atitudes e na conduta de seus dirigentes que, gostemos ou não, são parte efetiva do regime democrático. O qual, temos que admitir, com todos seus defeitos, ainda é o melhor dos sistemas cunhados pelo Homem para orientar sua atribulada caminhada de convívio humano.

Precisamos insistir, pressionar, apelar para uma volta por cima acreditando que os partidos voltem a ser o caminho natural onde a sociedade canaliza seus anseios, confiando que seus membros são guiados, valorosa e decididamente, por valores superiores. E nessa indispensável tarefa, servem de exemplo pela sua integridade e seu trabalho em benefício de todos, honrando a confiança e as esperanças neles depositada.

Por Miguel Sainún Nozar, economista, escritor e mentor, com uma visão especial sobre o papel do empresário na construção do futuro.