Em Sharm-em-Sheikh, no Egypto, acontece a COP27 (CONFERENCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MUDANÇA DO CLIMA) encontro de lideranças mundiais que discute e tenta chegar a algum tipo de acordo para implementar medidas para evitar, ou pelo menos diminuir, os riscos e os efeitos da degradação crescente do Planeta.
Precisa muita coragem e visão humanista para mudar o modelo de produzir e usar riqueza que, vigente nos últimos 300 anos, está incorporado solidamente à “sapiência” política/econômica e ao nosso modo de vida.
Na realidade, é um modelo predador, egoísta, preso á interesses seculares e que só amplia o abismo entre ricos e pobres, ignorando frequentemente os limites da Mãe Terra.
O resultado, na prática, é a concentração da riqueza em poucos países e alguns grupos privilegiados, os quais, como é natural, são condicionados a desfrutar de um ganho crescente incorporado naturalmente à base de sua existência.
É que, na verdade, o “sistema”, firmemente apoiado na lei férrea dos mercados, sustenta que é preciso crescer continuamente, a qualquer custo, cada vez mais, e mais, e mais… sem limites. Oba. Mais consumo, mais riqueza, mais uso dos recursos naturais!
Mas, a grande contradição desse tipo de desenvolvimento econômico – que incorporamos sem questionamentos ao saber convencional, ou seja, todos aceitam seus pressupostos sem maiores discussões – está no fato de que, enquanto a economia busca um crescimento infinito, os recursos naturais da Terra são limitados, finitos.
Uma maioria influente de políticos e de economistas ignora, ou finge ignorar, um fato simples que para os cientistas é óbvio: os recursos que garantem a vida – água, ar, energia, biodiversidade, clima – estão seriamente ameaçados e precisam, urgentemente, medidas drásticas para sua preservação.
Como já afirmamos antes, resulta cada vez mais urgente aplicar os princípios do Programada das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), sintetizado na Economia Verde como a fórmula ideal para mover as engrenagens da riqueza global e que pode ser definida como “aquela que resulta em melhoria do bem-estar humano e da igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica. Ela tem três características preponderantes: é pouco intensiva em carbono, eficiente no uso de recursos naturais e socialmente inclusiva”.
Então é necessário, com a maior urgência, começar a implementar uma mudança no modelo de produzir e usar a riqueza.
MIGUEL S. NOZAR